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Músicas – O que podemos ouvir?

“A música é um grande ministério capaz de realizar a união entre o sonho e a realidade, a razão e a emoção. É capaz de tocar as áreas mais profundas do coração do homem, enfim, ela é certamente, obra das mãos de alguém cheio de amor que pensa nos mínimos detalhes acerca dos alvos do seu amor, nós.” Comunidade Shalom

A música é algo com poder inexplicável capaz de mexer em nossas emoções, sugerir idéias, sentimentos e sensações. É por isso que devemos tomar cuidado com aquilo que ouvimos. Hoje temos uma infinidade de músicas disponíveis para serem ouvidas e que apresentam diferentes efeitos em nós. Existem músicas destinadas ao louvor, que encontramos nas igrejas, em um grupo de oração, grupo de jovens, etc. enfim, de maneira clara estas nos aproximam de Deus. Há também, as várias músicas que não pertencem ao ambiente religioso, estão presentes em diversos lugares, rádio, televisão, trilhas sonorosas de filmes e novelas, lugares como shows, festas e muitos outros. Estas por sua vez, conhecidas como seculares ou mundanas, possuem diversas finalidades, e por isso apresentam diferentes “reações” nos ouvintes. O nosso cuidado precisa partir deste ponto.

Precisamos saber que nem todas músicas “mundanas” nos afastam de Deus, ou seja não podemos de maneira nenhuma cair no erro de achar que apenas a música gospel, nos traz coisas boas. Não é porque não é de origem cristã que, necessariamente, é pecado. Por exemplo, poderia ser pecado cantar as virtudes do amor sincero e verdadeiro? Seria pecado cantar as belezas da natureza, de um lugar lindo e inspirador, do qual a pessoa sente saudades? Verdadeiramente, eu não creio que isto seja pecado. O amor sincero e verdadeiro não é um dom divino? A natureza não é criação de Deus? Os sentimentos puros e sinceros não foram implantados no nosso coração pelo Criador?

Mas, devemos cuidado principalmente com as letras das músicas que de maneira objetiva nos transmite opiniões, valores, pensamentos e sensações. Não podemos dar audiência para músicas que nos destroem, que promovem a desunião de famílias, relacionamentos. Músicas que não se importam com o bem estar das pessoas, em outras palavras músicas egoístas.
A música que promove apenas a sensualidade, sedução, enfim, só podem levar para um único lugar… É necessário entender a tradução (caso seja em outra língua) e cuidar com expressões que possuem duplos sentidos (algumas músicas tendem a erotizar as suas letras).

Muitas vezes nos preocupamos com a fonte da arte, ou seja o cantor, o compositor, mas isso não pode ser regra geral.

Para compreendermos melhor, podemos fazer uma analogia: quando ingerimos uma comida, não nos preocupamos se ela foi produzida por um religioso ou por um ateu. O que nos importa é que benefício ou malefício aquele alimento vai nos trazer. Se só comemos apenas alimentos que não são saudáveis, que são ricos em gorduras, nosso corpo será fraco, gordo, sem vitaminas e com o sistema imune deficiente. Sofreremos de vários problemas de saúde e a nossa expectativa de vida, tanto em qualidade quanto em longevidade, será diminuída. Se, contudo, comemos alimentos saudáveis, naturais, em uma dieta equilibrada dos vários nutrientes, nosso corpo será saudável, forte e bem equilibrado. Temos que admitir, infelizmente, que esta análise normalmente não é feita, e as pessoas comem com base apenas no gosto. E por causa disso, vemos a população sofrendo de diversos males que seriam perfeitamente evitáveis. Com a música acontece exatamente da mesma forma. Se ouvimos músicas (sem se preocupar agora com a letra) que nos elevem, que sejam apropriadas para a nossa espiritualidade, que façam bem à nossa mente, a fonte de onde essas músicas vieram não é tão importante quanto o benefício ou malefício que elas poderão causar à nossa mente e à nossa espiritualidade. Assim como com os alimentos, o julgamento musical não é apenas uma questão de gosto, mas de efeitos.

Não é certo nos trancarmos em uma redoma de vidro, a fim de tentarmos fugir das influências maléficas do mundo. Se fizermos isto, estaremos deixando de ser o “sal da terra“, pois, se por um lado, não recebemos influências maléficas, não estaremos exercendo o nosso papel de influenciar beneficamente o mundo. O que acontece se o sal perde o seu sabor? (Mateus 5:13)  Nosso exemplo maior, Cristo, não deixou de andar com publicanos, comer com pecadores, conversar com os rejeitados, impuros e excluídos da sociedade daquela época. Contudo, por outro lado, não podemos nos esquecer que o próprio Deus nos ordena a sermos santos e não nos contaminarmos com as coisas impuras do mundo, nem amarmos as coisas que o mundo oferece (Levítico 20:26Mateus 6:24Tito 2:12Tiago 4:4I Pedro 1:14-16I João 2:15-17). Como resolver esta aparente contradição, este paradoxo? O discernimento espiritual deve ser buscado na própria fonte de toda a verdade, através da oração e do estudo da Palavra de Deus. . A nossa própria vontade, o nosso próprio gosto não pode ser o parâmetro seguro pois, como já vimos, o coração do homem é enganoso. Voltando ao exemplo de Cristo, ele se misturava com pecadores sim, mas depois de passar noites inteiras em oração (Lucas 6:12). Ele, que era o Filho de Deus, não ousava entrar em contato com o pecado sem antes buscar forças para resistir a ele. Não estaríamos nós, quando se trata de nossas escolhas musicais, nos permitindo um contato com influências malignas sem antes nos revestirmos de “toda a armadura de Deus” (Efésios 6:11-13)?

Fica a dica: As nossas músicas, as músicas católicas, têm essa função: levar as pessoas a um só lugar: ao céu, ao coração de Deus. Por isso tenha sempre contato com as músicas que te aproximam de seu criador!

Filipenses 4:8 “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.”

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